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Como chegar

Para chegar a Folgosinho, deve seguir as indicações que se seguem:

Para quem segue no sentido sul norte pela A1, deve sair para a IP3 em direcção a Viseu, seguir até à saída que dá para a IC12 direcção a Mangualde, Guarda e Nelas. Ao chegar a Nelas deve contornar a rotunda, virar á direita com direcção a Seia, pela EN n.º 231.
Chegando a Seia deve entrar na EN n.º 17 em direcção a Gouveia (ver o mapa).

Para quem segue no sentido norte sul pela A1, deve sair para a IP5 em direcção a Viseu e Guarda, saindo em Celorico da Beira.
Entrar na EN n.º 17 em direcção a Gouveia (ver o mapa).

Para quem vem de Espanha pela IP5 deve sair em Celorico da Beira.

Entrar na EN n.º 17 em direcção a Gouveia (ver o mapa).

 

 

ROTA DOS GALHARDOS
Percurso pedestre
PR 1

A “Rota dos Galhardos” é um percurso pedestre que aproveita em grande parte o troço de duas calçadas romanas, uma delas com a designação de Galhardos e a outra de Cantarinhos. É um percurso de Pequena Rota (PR) que se realiza em plena Serra da Estrela e que envolve apenas a freguesia de Folgosinho, como ponto de partida e de chegada.

Partindo do Largo da Fonte em direcção à Serra, logo chegamos ao Largo dos “lavadores públicos”. Aqui encontramos um painel referente ao percurso, que será de consulta obrigatória. É junto aos tanques que começa a denominada “Rota dos Galhardos”, nome de pequenos demónios que, segundo a lenda, fizeram a calçada numa noite, a qual devido à sua inclinação, só poderia ser obra sua. Na realidade trata-se de uma calçada construída durante a ocupação romana.

( ... Estes trechos de calçada fazem possivelmente parte da Via Romana que atravessava a Serra da Estrela. Vinda de Valhelhas e de Famalicão, a estrada cortaria direita da Quinta da Taberna a Folgosinho. O percurso da Calçada dos Galhardos deixa supor uma ligação em Gouveia, talvez contornando pelo sul a serra de S. Tiago ou descendo em linha recta de Folgosinho até aquela cidade.) – A Arqueologia da Serra da Estrela – Jorge de Alarcão

Partindo-se do “lavadouro” segue-se pela rua da Serra. Mais à frente vamos encontrar à esquerda um caminho asfaltado com a indicação de Viveiros de Folgosinho, que apesar de merecerem uma visita, ficam fora da nossa rota.
Continuando a rua da Serra e já fora do aglomerado urbano, vamos encontar uma cortada à esquerda. A sinalização indica-nos o sentido do percurso.

Após passarmos o campo de futebol e alguns metros depois, entramos verdadeiramente na Calçada dos Galhardos, encontrando a primeira das quatro casas de abrigo mandadas construir por João de Vasconcelos nos anos quarenta e que serviam de refúgio às intempéries a quem para, ou da serra, vinha com rebanhos e espigas de centeio, carregadas em carros puxados por bois.

Apesar de a subida ser íngreme, o trilho faz-se com alguma facilidade parando de quando em vez para contemplar os horizontes. A paisagem é soberba, quer se olhe a poente ou no sentido da serra.

Quase junto à segunda casa de abrigo, a calçada termina abruptamente e à direita surge-nos um pequeno bosque de bétulas, que nos irá acompanhar durante alguns metros até à Portela de Folgosinho.

Aqui, cruzam-se três vias: à direita para Folgosinho, em frente para os Casais e Assedasse e à desquerda para Videmonte. É neste último sentido que segue o percurso.

Esta estrada atravessa o planalto de Videmonte, que constitui uma linha natural de separação entre a serra virada ao Atlântico, beneficiando da humidade trazida pelos ventos e que determinam o tipo de vegetação existente nessas encostas e o outro lado, mais seco, onde eventualmente poderemos encontrar algumas espécies que nos dão a indicação de zonas micro - climáticas do tipo mediterrâneo.

Continuando por essa estrada, onde de resto se cruzam também duas Grandes Rotas, uma marcada pelo Parque Natural da Serra da Estrela e a outra integrada na rede de percursos das Aldeias Históricas da INATEL designada por GR 22, que seguiremos no caminho certo deste percurso de Pequena Rota.

Alguns afloramentos rochosos vão competindo com a vegetação. Um pouco afastado do caminho, mas devidamente assinalado, encontra-se um pequeno penhasco que o tempo moldou, dando-lhe a aparência da cabeça de um Faraó.

Contudo outros afloramentos igualmente esculpidos pela natureza, podem ser vistos ao longo do trilho: A Velha, a Pedra Furada e muitos outros, que não tendo uma designação em especial, poderão igualmente sugerir-nos outras formas e figuras.

Mais à frente, um pequeno bosque misto, onde predominam Bétulas e Pseudotsugas, presenteia-nos com tantas cores quanto as estações do ano, sendo agradável no pico do sol, uma pequena paragem para um merecido repouso aproveitando as suas sombras.

Um pouco antes do sítio do “Jogo da Bola”, deixamos a estrada e apanhamos o trilho à direita que nos dará conta de uma outra calçada, também ela romana: “ Calçada dos Cantarinhos” também designada por “Pé da Serra”.

O percurso entra aqui na sua fase descendente e será quase sempre assim até Folgosinho.

A descida proporciona-nos uma paisagem soberba, valendo sempre a pena pequenas paragens, para melhor a apreciar.

Já no fundo da encosta, cruzamos a Ribeira do Freixo e aí a calçada termina, fazendo-se o resto do percurso, por um caminho de terra batido até ao lugar designado por Moinhos do Forno.

Daqui à Vila será um “saltinho”. Por entre a sombra de castanheiros e carvalhos, podemos olhar ainda os campos sempre verdes e de quando em quando o trabalho árduo de homens e mulheres, que souberam com mestria buscar nas encostas um punhado de solo fértil para o pão de cada dia.

Por fim, é a chegada à Vila e depois de se reporem energias numa qualquer simpática tasquinha, para “esmoer”, vale sempre a pena uma última visita pelo povoado, que alguns acreditam ter sido o berço de Viriato.


FLORA

Em outras eras, todas estas encostas se encontravam cobertas de intensos carvalhais (Quercus pyrenaica). Contudo, o corte sistemático e o pastoreio intensivo desnudaram as serras que muitos anos depois viriam, no âmbito da política florestal do Estado Novo a serem povoadas por pinheiro bravo. Como consequência, a falta de pastos, levou a que muitas pessoas procurassem outros destinos para sobreviver, dando-se inicio à emigração.

Apesar dos incêndios ocorridos nos últimos anos, é ainda possível constatarmos a presença de manchas significativas de pinheiro bravo (Pinus pinaster), que constituem uma fonte de rendimento significativa. Para além desta espécie, podemos ainda presenciar pequenos núcleos de Pinheiro silvestre (Pinus sylvestris), vidoeiro (Betula pubescens), Pseudotsuga, e nas zonas mais baixas e com alguma humidade, o castanheiro (Castanea sativa).

As comunidades arbustivas não são especialmente ricas, contudo podem ser observadas a urze branca ( Erica arborea), a urgeira (Erica australis), sargaços (Halimium alyssoides) e muitas outras espécies.

No Outono, ao longo das veredas e em especial nos bosques caducifólios, podem ainda ser observados algumas espécies de cogumelos, nomeadamente boletos e amanitas.


FAUNA

Longe vão os tempos em que o lobo dominava as serranias, povoando o imaginário popular.

Hoje em dia, este predador constitui já um mito e na falta dele, o javali viu aumentar nos últimos anos os seus efectivos, constituindo um problema para as populações locais que vêm as suas culturas destruídas.

O texugo, a gineta e a raposa são ainda espécies que com alguma frequência podem ser vistos, ainda que de forma fugidia.

Algumas espécies cinegéticas, nomeadamente a perdiz, o coelho e a lebre são observadas com alguma assiduidade. Lá no alto, a águia de asa redonda (Buteo buteo), paira sobre as encostas aproveitando as correntes ascendentes.

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